Contudo, faltam-me forças para prosseguir; não vejo motivo para viver.
Restam-me apenas alguns dias; por favor, deixa-me em paz, para que eu tenha um instante de alívio
Atormentarias uma folha soprada pelo vento? Perseguirias a palha seca?
Eu me consumo como madeira que apodrece, como roupa comida pela traça.”
“Meu espírito está quebrado, e minha vida, quase apagada; o túmulo está pronto para me receber.
E se eu descer à sepultura e arrumar minha cama na escuridão?
“Minha queixa não é contra seres humanos; tenho bons motivos para estar impaciente.
“Grande ajuda você deu aos indefesos! Belo socorro prestou aos fracos!
Acaso tenho a força de uma pedra? Meu corpo é feito de bronze?
No meio de minha vida, ele me tirou as forças e me encurtou os dias.
“Mostra-me, Senhor, como é breve meu tempo na terra; mostra-me que meus dias estão contados e que minha vida é passageira.
A vida que me deste não é mais longa que alguns palmos, e diante de ti toda a minha existência não passa de um momento; na verdade, o ser humano não passa de um sopro”.