Resposta
Resposta: Observação – A reverência a Deus abrange todo o nosso ser e cada ação que empreendemos. Neste artigo, adoração se refere especificamente ao ato de cantar durante um culto coletivo de adoração.
Não há nada mais crucial do que o ensino saudável em uma comunidade religiosa. Para muitos membros, entretanto, o estilo musical empregado durante o culto frequentemente se torna uma prioridade significativa. Os líderes eclesiásticos às vezes enfrentam desafios ao escolher músicas que satisfaçam a congregação e ao mesmo tempo transmitam doutrinas sólidas. Cada vez mais, a situação se complica quando os líderes precisam decidir se devem incluir canções que são bem elaboradas do ponto de vista teológico, porém provenientes de fontes com visões contrárias às Escrituras.
Muitos fiéis acreditam firmemente que músicas, mesmo aquelas com conteúdo doutrinário robusto, não devem ser adotadas caso os autores, compositores ou ministérios associados promovam ensinamentos contrários às Escrituras. Aqueles que mantêm tais convicções devem seguir suas consciências. Caso sintam a necessidade de abordar a liderança eclesiástica sobre essa questão, devem fazê-lo com humildade e mansidão, buscando soluções pacíficas. Se não ficarem satisfeitos com a resposta recebida, devem aceitar silenciosamente o desfecho ou se retirar da comunidade religiosa discretamente.
Efésios 5:19 ensina que, quando estamos cheios do Espírito, devemos nos expressar “uns aos outros com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor”. A música, portanto, desempenha um papel crucial na comunicação dentro da igreja. É evidente que qualquer música contendo ensinamentos falsos deva ser rejeitada. O Espírito Santo não transmite falsidades. Além do critério doutrinário, surgem várias complicações possíveis ao considerar a inclusão de determinada música durante o culto:
O compositor mantém crenças contrárias às Escrituras. HoratiO Spafford, autor de “Sou Feliz com Jesus”, não acreditava no inferno eterno ou em Satanás. Francisco de Assis, que escreveu “Ó Criaturas do Senhor”, era católico romano. Matthew Bridges, escritor de “A Cristo Coroai”, converteu-se ao catolicismo romano. Isso levanta a questão: devemos excluir essas músicas de nossos hinários? Se a letra das músicas é bíblica, a orientação teológica do compositor é relevante?
Controvérsias mais recentes geralmente não estão relacionadas a hinos. Atualmente, existem várias igrejas e grupos musicais que lançam canções de adoração poderosas e teologicamente sólidas, mas são conhecidos por promover uma teologia questionável em seus cultos e concertos. Se a má teologia não está explicitamente presente nas letras das músicas, podemos utilizá-las em nossos cultos de adoração?
O compositor está envolvido em pecado. O que devemos fazer com canções de adoração escritas por alguém que se declara homossexual ou que comete adultério e se divorcia? O pecado do compositor não altera a qualidade da música, mas pode afetar a adequação da música para uso em um culto na igreja, dependendo das associações que a música evoca na mente da congregação.
A letra, quando corretamente interpretada, apresenta uma mensagem antibíblica. Por exemplo, algumas canções modernas populares mencionam o Espírito Santo “chovendo”. Muitos cristãos consideram isso uma metáfora, referindo-se às bênçãos nutridoras e purificadoras que o Espírito Santo concede em nossa vida cotidiana. Os cantores podem não perceber que o compositor tinha uma intenção mais literal: uma nova manifestação do Espírito que traria novas profecias, sinais e maravilhas. O que é mais relevante: a intenção do compositor ou a interpretação dos cantores?
O uso da música apoia uma organização que ensina doutrinas questionáveis. Um dos principais argumentos atuais é que usar uma música produzida por grupos com falhas doutrinárias apoiará essas igrejas ou grupos musicais e, consequentemente, contribuirá para a disseminação de suas crenças não alinhadas com a Bíblia. Uma música popular poderia atrair pessoas para dentro.Investigar a igreja que originalmente produziu as músicas e apresentá-las ao falso ensino. Além disso, a igreja ou grupo de música produtor recebe compensação sempre que suas músicas são baixadas ou executadas e sempre que suas letras são exibidas publicamente. A preocupação se torna menos sobre a música e mais sobre evitar apoiar uma organização que não segue as crenças ortodoxas.
A adoração deve ser feita em espírito e em verdade. É importante lembrar o mandamento de Jesus para adorarmos “em espírito e em verdade” (João 4:23). Adorar “em espírito” significa adorar sinceramente, com todo o coração. Isso se torna difícil se a música nos lembra da teologia antibíblica da igreja ou do compositor que a criou.
Além disso, nossa adoração deve ser “em verdade”, ou seja, fundamentada em um verdadeiro conhecimento bíblico de Deus. Cada aspecto de nossa adoração deve estar em conformidade teológica. Se a letra de uma música reflete uma teologia questionável ou pouco clara, não é apropriado usá-la para adorar a Deus; se não estaríamos dispostos a afirmar algo diante da congregação, não devemos cantá-lo.
Quanto à seleção de cânticos para a adoração, assim como em todos os aspectos relacionados ao ministério de uma igreja, devemos agir com sabedoria, graça e humildade. É necessário sabedoria para escolher as melhores músicas para nossa congregação específica e para avaliar a relevância de considerações secundárias, como a identidade e a integridade dos compositores e autores. Precisamos de graça para evitar julgamentos e para discernir entre preferências pessoais e questões doutrinárias essenciais. E precisamos de humildade para viver de acordo com nossas convicções, ao mesmo tempo em que mantemos a paz com nossos irmãos na fé.