O que é uma sinagoga?

Resposta

Uma sinagoga é um edifício judaico concebido para adoração (similar a uma igreja moderna). Embora algumas tradições judaicas sugiram que as sinagogas existiam “desde os tempos de Moisés”, a história observa que a prática de se reunir nas sinagogas surgiu durante o período do cativeiro babilônico de Israel. Durante esse período, o templo judaico não estava disponível para adoração, o que exigia um local alternativo de encontro para judeus dispersos que desejavam se reunir para oração e adoração em comunidade.

Na época de Jesus e durante o período do Novo Testamento, as sinagogas se tornaram locais comuns. O Novo Testamento menciona sinagogas mais de 60 vezes, principalmente em relação ao ministério de Jesus e dos apóstolos. Aos sábados, os judeus locais se reuniam para oração e leitura das Escrituras. Em uma ocasião, Jesus leu o profeta Isaías durante uma reunião na sinagoga. Lucas 4:16-21 relata:

Indo para Nazaré, onde crescera, ele entrou na sinagoga em um sábado, conforme seu costume, e levantou-se para ler. Deram-lhe então o livro do profeta Isaías, e, ao abri-lo, encontrou o lugar onde estava escrito:

O Espírito do Senhor está sobre mim,

por isso ele me ungiu

para pregar boas-novas aos pobres;

enviou-me para proclamar libertação aos cativos

e recuperação da vista aos cegos,

para libertar os oprimidos, e proclamar o ano aceitável do Senhor.

Depois de fechar o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham seus olhos fixos nele. Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que vocês acabaram de ouvir”.

Muitos costumes da sinagoga podem ser observados nestes versículos. Primeiramente, a reunião ocorreu no sábado. Em segundo lugar, Jesus levantou-se para ler. Terceiro, ele leu em um pergaminho. Até hoje, pergaminhos são encontrados nas sinagogas e são usados para leituras semanais, conforme também mencionado em Atos 15:21. QuanDepois de terminar a leitura, Jesus sentou-se para ensinar, seguindo outra tradição da sinagoga.

Paulo e os demais apóstolos utilizavam a sinagoga como ponto de partida para suas atividades missionárias. Ao chegar a uma nova comunidade, Paulo comparecia à sinagoga e requisitava permissão para falar. Ele certamente possuía as credenciais necessárias para abrir muitas portas «Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois.», (Atos 22:3). Em seguida, ele apresentava Jesus como o Messias e iniciava seu trabalho evangelístico local. Isso frequentemente resultava na conversão de muitas pessoas a Jesus. Em Atos 14:1 está registrado: “Em Icônio, Paulo e Barnabé entraram juntos na sinagoga judaica e falaram de tal modo que uma grande multidão, tanto de judeus como de gregos, passou a crer.” Em um episódio, um líder da sinagoga foi batizado «E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados.», (Atos 18:8). Em outras ocasiões, o hábito de Paulo de ensinar na sinagoga resultou em muita perseguição.

Historicamente, a sinagoga continuou a desempenhar um papel vital na prática do judaísmo. Após a destruição do templo judaico em 70 d.C., a adoração não pôde mais ser realizada no templo, tornando a sinagoga o centro da adoração.

A sinagoga representou um elemento crucial tanto no judaísmo quanto no cristianismo primitivo. Sua relevância durante o tempo de Jesus e dos apóstolos proporcionou uma das principais formas pelas quais o evangelho se difundiu nos primeiros anos da igreja.